quinta-feira, 1 de março de 2018

K

férreo ferrete

Já te peguei,
na minha cabeça,
entre quereres,
entre portas
envoltas em pó,
encontrei-te:
velho carimbo,
estampa, 
gravura;

timbraste-me,
levaste-me à
insanidade
da férrea lembrança,
(férreas águas 
da mal-saúde),
marcaste os meus dias
e ferraste-me;
Ferro de marcar gado

garanhão 
das terras inóspitas
não tem dono,
nem paga tributo;
apenas responde 
ao tribunal da insónia,
da corte marcial
da extinção.

(ou julgas, ferrete,
que um galopar louco,
entre insanos crepúsculos,
me leva a consentir o cabresto?)

(fonte da imagem:
http://ruralcentro.uol.com.br/noticias/marcacao-de-gado-o-ferrete-e-uma-marca-e-eu-nao-sabia-63492)

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1 Comentários:

Blogger Rosa Brava disse...

Curioso poema a uma peça que, nem pessoas, nem animais, gostam.
Mas não deixei de sorrir com algumas lembranças que este poema me trouxe.

Um abraço

segunda-feira, 05 março, 2018  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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