quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

K

Na Flandres

underwater cave

Tanta tristeza...
    nem a alvorada traz o recolhimento...
    o sono nem deve existir no seu pesar
    e os caminhos empoeiram a memória...

    O marulhar palpita-me o coração...
    ouço os meus batimentos
    nas têmporas das cavernas marinhas...

O Sol apenas se põe no horizonte...
   o alvorecer há muito que se despiu,
       lentos são os cânticos chorosos...

    Há um portão, um marulhar de vento...
    um claustro, uma cela fechada,
    água rindo pelas paredes...

A cela morre de si para si...
     o horizonte desmaia, doce...
     na Flandres já não há tropas...

entre os musgos,
há essa cela,
esse silêncio húmido,
os restos de uma viagem
sem partida,
um sossego malsão...

(a partir de um poema de
marés publicado no seu
blogue)

("Quando estiveres desamparado,
lembra-te que o teu caminho é outro,
não carregues só o que te não pertence."
Fala de Pitágoras a Asclépio, seu protegido)

(fonte da imagem:
http://www.hotelclub.com/blog/five-adrenaline-thrills-in-hawaii/)

Etiquetas:

2 Comentários:

Blogger Nilson Barcelli disse...

A água a rir pelas paredes.
Sublime...!
Um abraço.

quinta-feira, 17 janeiro, 2013  
Blogger Rafeiro Perfumado disse...

No dia em que o sol se puser noutro sítio que não no horizonte vamos ter problemas...

domingo, 20 janeiro, 2013  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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