terça-feira, 16 de agosto de 2011

K

cais

No cais,
os soluços da partida;
o navio era uma mancha
de sol pardo e de choro;
os que iam,
de braços férreos
moldados nos varandins,
já nem se algemavam a terra,
os olhos despojados;
os que iam ficando,
num adeus agreste,
cinzento também,
não viravam costas ao mar,
ao rio latejante...
















Caixões em branco feitos água,
uma espera segura de mortes,
presságio secreto 
que o vento transportou 
no regresso da manhã...

(fonte da imagem:
http://www.123rf.com/)

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2 Comentários:

Blogger Graça Pires disse...

Cais de chegada e partidas. Ausências e regressos acontecidos.
Um beijo.

quarta-feira, 17 agosto, 2011  
Blogger Maria Clarinda disse...

Muito mas muito bonito!!!!Jhs

domingo, 21 agosto, 2011  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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