segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

K

anoitece

Anoitece.
Ouvem-se, longínquos, 
os restos 
que as gentes deixam para trás.
A cidade estende-se 
para lá de si própria,
caminhando, lenta,
em procissão de fogachos.
Depois da refrega do dia,
há um torpor quase religioso,
uma batida em surdina,
que leva a cidade embora.
Embrulham-se nas sobras da luz
os que habitam nas volutas,
ziguezagueando firmes na certeza.

Há uma luz baça, avermelhada,
omnipresente,
refulgindo hirta,
por sobre o frugal saque do dia.

(fonte da imagem:
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/)

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1 Comentários:

Blogger Graça Pires disse...

O anoitecer. O fim de um dia de esperanças e coragens. A noite: o lugar dos desejos e dos sonhos.
Gostei muito do poema.
Um beijo, amigo.

quarta-feira, 09 fevereiro, 2011  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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