segunda-feira, 5 de outubro de 2009
K"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
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Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
3 Comentários:
hoje escrevo devagar.
tão devagar como as sombras na fendida noite sobre a ria.
dobrada sobre antigos ângulos de fogo a memória é a extensíssima ponte onde os olhos ficam perdidos de mapas.
a madrugada acorda-me a gramática de outra língua
e o silêncio tem agora a leveza da folha de plátano ao sabor da chuva.
chegam-me palavras com a voz do mar.
emudeço nessa voz, aqui, onde a chuva pára e a noite brilha.
Jaime:
Emociona-me, profundamente.
Obrigada.
Mais uma bela inspiração...beijos.
Li o poema da Marés, que te inspirou. E notei, mesmo antes de ler a nota de rodapé, que havia pontos comuns. Mas gostei da tua inspiração, fizeste um belo poema.
Abraço.
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