domingo, 9 de agosto de 2009

K

Cá-las

Sinto em mim os compassos,
as notas em singular escalada;
sim, sobem
sobem sempre
em ritual augusto,
solene na majéstica figura.
Em seu redor,
as sombras recuam respeitosas,
reverentes;
alaga em luz e mistério
a boca de cena,
o auditório transido.
Timbra,
percute
o rosto,
o gesto vadio,
as mãos surdas,
o Mar Jónio,
a Grécia
sempre...


Norma, Medeia, Tosca, Lucia
abraçam-na
em oferta maternal,
risonha,
quando explode
"...chanter dix fois la même ópera... ça n'est-ce pas de l'art!!..."

(imagem retirada da net)

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3 Comentários:

Blogger Sonia Schmorantz disse...

Gostei muito de conhecer este espaço também. Tenha uma ótima semana.
abraço

segunda-feira, 10 agosto, 2009  
Blogger Paula Raposo disse...

Gostei da homenagem! Beijos.

segunda-feira, 10 agosto, 2009  
Blogger Nilson Barcelli disse...

Nunca assisto a uma ópera ao vivo.
O teu poema é magnífico, conseguiste captar o sabor da ópera.
Boa semana, abraço.

segunda-feira, 10 agosto, 2009  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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