Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
segunda-feira, 6 de julho de 2009
K
miradas
Nada. Sólo el cuchillo de Muraña. Sólo en la tarde gris la historia trunca. No sé por qué en las tardes me acompaña El asesino que no he visto nunca. (Jorge Luís Borges in Antología poética, 1923-1977)
O braço armado da chacina, segue-me marcando os meus caminhos,
esquivos, sombrios, toldando-me os sentidos. A tarde cinzenta leva as marcas de água, até pingarem de nostalgia, de saudades. Há passos que resvalam na esguia lousa. E nem a sesta de Muraña rompe um braço armado que nunca vi e que fende a história que me afasta. (imagem retirada da net)
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
2 Comentários:
Muito belo!! Beijinhos.
Obrigado, Paulam pelas tuas palavras.
Bjs
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