Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
sexta-feira, 11 de março de 2011
K
O Cabo
Neste jogo dou-te todo o avanço, sim, o que quiseres, porém, espera-me no teu sorriso, na entrada da tua alegria; posso, (quem sabe?) alagar-me na tua festa, e nadar no teu mosto, nata e grinalda de ti; talvez, (quem sabe?) me agarre à tua franja e siga a navegar, a navegar sempre, pelos caminhos do cabo, pelos atalhos dos ventos, pelas ilhas do farniente...
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
1 Comentários:
Navegar... é preciso...
Magnífico poema. Gostei.
Abraço.
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