quarta-feira, 28 de abril de 2010

K

antemanhã

(...)
os teus caminhos

descruzam-se;
já não regresso,
deixo a peanha vazia,
o altar escurecido,
as cinzas frias,
(de)votos já gastos;
nunca os deuses se emudeceram,
nem os acólitos sonharam
nas álgidas coxias do concílio;
(...)
um sorriso vago
de um fervor quási dormente,
guinava-se, cálido,
pelas fragas da antemanhã...









(editado em 14 de Abril de 2010, às 09:38

no site de marés, onde me inspirei)
(fonte da imagem:
http://insalatamiste.blogspot.com,
pintura de Claude Monet)

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2 Comentários:

Blogger Graça Pires disse...

É na antemanhã que as imagens e os sons são quase senmpre o lugar onde de forma ambígua nos escondenmos para representar todos os rituais, sagrados e profanos, do dia a dia.
Um belo poema de uma bela inspiração.
Beijos.

quinta-feira, 29 abril, 2010  
Blogger maré disse...

obrigado Jaime

fico comovida sempre que me encontro nas tuas mãos

* beijo

quarta-feira, 19 maio, 2010  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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