quinta-feira, 11 de março de 2010

K

A uma mulher assombrada














Subiste pela fraga do silêncio,
eram teus os pés que rastejavam,
frios, pela longitude do descuido,
entre as urzes da diáspora.


Já não conheces os teus filhos,
esquecidos noutros braços,
no espaço da tristeza,
da palavra mal ancorada.


Por que caminho,
por que atalho
singraste, doida?


Por que queres fundir-te
nas velhas tranças
do sol poente?


(Poema dito a 10/3/10 por
Renata Pereira Correia, no
programa "Momento de Poesia" na
Azeméis Fm Rádio em 89.7
ou site http://www.azfm.com/ )

(fonte da imagem:
http://escolaprof.wordpress.com/,
"Maternidade"; Almada-Negreiros)

Etiquetas:

2 Comentários:

Blogger Graça Pires disse...

Um poema magoado, com pés a ratejar pela longitude do descuido...
Que dizer? Que fazer?
Um beijo.

quinta-feira, 11 março, 2010  
Blogger maré disse...

longo o meu cabelo
nos ditames do silêncio

apenas um caminho de cardos
uns braços dormentes de saudade
esvaziados de poente.

______

beijo Jaime
com o mar à nossa porta

segunda-feira, 15 março, 2010  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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