sexta-feira, 19 de junho de 2015

K

Não-Palavras

Sopa,
zurrapa
numa malga desdendata
mal cheia de palavras.
Espalho-as,
nao voltam,
mas retornam
enfunadas na 
desgraça de um
texto rude,
traiçoeiro, até.
É na malga
que as caldeio,
ganga informe as quereria;
no fim do túnel
surgem atabalhoadas,
cavalgando a secura informe,
carcaças inteiriças,
crestando o verbo.

Voem!
Voem no Suão que
vos não traga,
na onda impante
que vos submirja 
em memórias já
esgotadas.


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2 Comentários:

Blogger Boop disse...

As palavras... Prisioneiras e rainhas de sentidos e conceitos.
Bem dita a poesia que nos permite usá-las para dizer o não dizivel.

(Obrigada pela visita)

sexta-feira, 19 junho, 2015  
Blogger Graça Pires disse...

As palavras: aves indomadas.
Um beijo.

domingo, 28 junho, 2015  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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