Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
segunda-feira, 8 de junho de 2015
K
palavra
Foi no degrau lascado do esquecimento que te reencontrei, palavra fugidia. Estavas assim, trocista, curvada sobre o sonho. Ias, talvez, embarcar, no progressivo desvanecer de um cada vez mais distante porto. (...)
e eu que precisava tanto de ti, minha querida palavra...
("Quando partires, cuida em levares as tuas palavras. Não te sejam precisas essas moedas de troca, esses tesouros que só a ti te pertencem." Fala de Cícero a Paulus, seu mensageiro) (Fonte da imagem: n/a)
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
1 Comentários:
As palavras tão difíceis de domar. Tão ausentes e tão presentes... Um beijo, Jaime.
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