domingo, 2 de agosto de 2009

K

quase soneto

Entre duas áleas te prostraste,
No caminho antigo que era teu,
Naquele vento norte ganhaste
Um raro carinho, um sonho meu.
Sorriste, já sem graça e sem afecto,
Sem tino ou presunção sequer
Mau grado meu abraço, meu tecto
Tão, fria, distante estás, mulher.

Vi ao longe teu desprezo,
Teu fastio quase derramado.
Hoje eu suplico, quase rezo
Para que esse teu ar enfeitiçado
Seja um sonho tão desmaiado
Que eu o esqueça de tão desbotado.

(imagem retirada da net, "Toilette" de Toulouse-Lautrec)


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3 Comentários:

Blogger maré disse...

constantes transições
o pretérito
e o devir

as preces do presente
.

um feliz domingo Jaime

domingo, 02 agosto, 2009  
Blogger Jaime A. disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

domingo, 02 agosto, 2009  
Blogger Jaime A. disse...

Muito obrigado pela visita.
Apareça sempre.

quinta-feira, 06 agosto, 2009  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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