segunda-feira, 20 de maio de 2019

K

queda XXV

As ruínas limitavam
o tempo,
era um sol escuro
que pendia, cambaleava,
que fingia um 
  acto quente,
luminoso,
cínico numa campanha
pueril, vasta.
Todo o chão 
sentava os passos
que, jocosos,
ensaiavam a travessia.
Reflectiam as colunas 
a baixeza, 
rumando 
para o lado em que
aquele sol,
sempre escuro,
amotinava as 
pedras-rochas,
na certeza 
de que o luar
seria cavalgado
entre mágoas nas
fissuras instáveis 
do Tempo...

(Fonte da imagem:
n/a)

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1 Comentários:

Blogger Graça Pires disse...

A sua preocupação pelo mundo, sempre ajustada à justeza da palavra, é o que nos diz este poema, amotinando as pedras-rochas "entre mágoas nas fissuras instáveis do Tempo…"
Uma boa semana, meu Amigo.
Um beijo.

segunda-feira, 20 maio, 2019  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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