sexta-feira, 25 de março de 2016

K

adormecer


Hoje queria dormir queria enroscar-me no meu sono,
a boca fechada, os olhos semi-cerrados na minha própria loucura.
Queria fechar os braços,
enclavinhar as mãos.

Amanhã queria acordar, a boca ainda fechada,
o meu silêncio o meu porta-voz,
o meu pisa-passados.
Ver.
Apenas.
O ruído do silêncio afoitando-se por mim acima.
Nada mais.

Só então terei descoberto que a palavra é rica na sua parcimónia,
e que a brisa da morte não é susto, não é gelo.

("Guarda-te,
sê puro;
quando a depressão chegar,
não a abraces,
não a expulses;
ela acabará por fugir,
ante a tua autenticidade.
Entretanto,
vive, 
não existas!"
Fala de Platão a Élido,
discípulo dilecto)

(fonte da imagem: n/a)

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1 Comentários:

Blogger Graça Pires disse...

As palavras. Os silêncios. Só eles nos fazem sobreviver ao nosso próprio caos. Só eles adivinham o chamamento da esperança...
Um beijo.

segunda-feira, 28 março, 2016  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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