Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
terça-feira, 9 de junho de 2009
K
um príncipe
Vem conduzir as naus,
as caravelas,
Outra vez, pela noite,
na ardentia,
Avivada das quilhas.
Dir-se-ia
Irmos arando em um montão de estrelas.
(Camilo Pessanha in Clépsidra)
Nos caminhos em que suavam as velas, em azuis desertos, quási sólidos, vinham e iam volteios de cigarras, em bamboleantes cercos de miragem. Anil fundido, estrelas sempre, azul alternando-se ante rostos cavados pela maresia. Ao fundo, entre dois pontos, um sonho, dum Príncipe com um só anelo: arar as águas, cultivar a liberdade!
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
1 Comentários:
Gosto dos teus poemas...Beijos.
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