terça-feira, 9 de junho de 2009

K

(...) secreto...

(...) quero pousar,
em fio de arco,

rasar a terra,

baixar em clemente campo de flores.

Há um lugar imenso,

secreto,

tal jardim de Allah.

Recolho-me na sua entrada insuspeita.

Entre frondosas incógnitas,

entre arbustos alvos,

passo sorrindo;

estou só, pois.

Há um poente entre os roseirais,

enfronho-me em mim,

qual bicho em demanda de si.

Esquecidas as ruelas

abrem-me os braços;

fico na entreaberta posse de mim.

Passo por mim próprio,

miro o Sol rendilhado,

parca nesga do seu lumiar.

Em adolescentes bocejos

perco-me na preguiça do silêncio.

Nada se ouve,

nem cascatas de tritões,

nem chilreios doces;

apenas eu,

abraçando este meu jardim secreto,

este eu que se volatiliza em meigos mimos...

(imagem retirada da net)

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1 Comentários:

Blogger Paula Raposo disse...

Muito bonito este poema. Achei-o doce, tão doce! Beijos.

quarta-feira, 10 junho, 2009  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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