quinta-feira, 24 de abril de 2008

K

poder

Assomo-me,
nada me vê.
Ruas de ninguém,
praças, avenidas,
alamedas, largos,
becos, ruelas,
caminhos...
Espraiam-se campos,
montes, searas,
montados
em tão oca memória.

Um esquiçado labor,
um caos decadente,
uma parede sem cor,
um punho rígido,
(a dor mente)
uma batuta esquecida.

A varanda esqueceu-me.
Cegam-se-me as auroras,
trovejam-me os poentes.

Onde terei estacado?

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2 Comentários:

Blogger Blindness disse...

perdidos no mundo,
as vontades da corrente são por vezes mais fortes que as nossas próprias escolhas,
seguimos procurando o Norte,
seguimos para onde nos leva a corrente

segunda-feira, 28 abril, 2008  
Blogger Jaime A. disse...

...em pedaços consumida,
esquecemos as escolhas,
em férteis perdições,
longínquas.
O Norte,
esse Norte anil,
em Sol,
em resvalo poente,
adormece uma morte,
lânguida,
quase esfiapada,
nas correntes brumosas.
Os caminhos,
esses seguem-(nos),
algures
para onde nos leva a corrente.


(bem-hajas, blindness, pelo mote ;)

quarta-feira, 21 maio, 2008  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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