Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
sábado, 5 de maio de 2007
K
Rio
O Teja que tudo limpa, varre as saudades, leva as farpas doces, o ser que fui, a melancolia agreste, pedaços de maresia calcam a minha vida, assassinada todos os dias, retornada sempre em fios de névoa espartilhados pelas velas antigas de barcos que foram e levaram memórias (até de mim); iço-me ao espelho do tempo e apenas revejo a neblina no meu rio que banha a minha aldeia.
"O Tejo que tudo limpa"...que tudo lava, que tudo leva, e que tudo traz de novo, no seu eterno movimento rumo ao mar. O Tejo que sendo o mesmo, nunca é igual. O teu Tejo despertou em ti este belo poema que muito me tocou, pois revejo-me nele, no que sentia quando o olhava. Beijinho amigo e bom domingo
Para mim, com vício do mar, sempre foi difícil, talvez ainda o seja, perceber a fantasia do Tejo que tanto cantamos, escrevemos, poetizamos.Mas compreendo sentindo, que o Tejo é triste. Porque sabemos de onde vem e sabemos para onde vai, no entanto, quem lhe consegue apanhar as ondas e prende-las em palavras, compreende-o além da tristeza...ali...onde já só há poesia.
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
3 Comentários:
"O Tejo que tudo limpa"...que tudo lava, que tudo leva, e que tudo traz de novo, no seu eterno movimento rumo ao mar.
O Tejo que sendo o mesmo, nunca é igual.
O teu Tejo despertou em ti este belo poema que muito me tocou, pois revejo-me nele, no que sentia quando o olhava.
Beijinho amigo e bom domingo
Ainda bem que te tocou este "Tejo", Helena.
É para isso que escrevo: por que sinto e me toca e para que toque o outro.
Boa semana
Para mim, com vício do mar, sempre foi difícil, talvez ainda o seja, perceber a fantasia do Tejo que tanto cantamos, escrevemos, poetizamos.Mas compreendo sentindo, que o Tejo é triste. Porque sabemos de onde vem e sabemos para onde vai, no entanto, quem lhe consegue apanhar as ondas e prende-las em palavras, compreende-o além da tristeza...ali...onde já só há poesia.
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