Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria)
sexta-feira, 11 de maio de 2007
K
Fusão
Dei-te uma mão vazia de sentido, teus passos apressados levaram-na, sem olharem as tulipas que iam e vinham, numa maré de sal-cor.
Voltaram teus passos apressados, procuraram o que havia na minha mão; sentei-me a um canto, nem viste a ausência da mão. Vi afastares-te, acompanhada pelas tulipas,
Querido quim, Vejo, sinto, no teu poema, a vida daqueles que passam na sua pressa, distraídos de nós, distraídos das dádivas que a vida lhes oferece. Infelizmente, muitas pessoas só levam as túlipas e nem reparam nas mãos de quem lhas ofertaram.
É bem verdade, Helena. Há uma frase feita que, por vezes, esqueço: cada dia é uma dádiva, por isso se chama presente. E as mãos, as tulipas são de fixar e, até, sonhar um pouco, nestes tempos em que até o sonho acordado é mal visto, porque não produtivo.
Há pessoas que nos passam pela vida a quem não é suposto darmos a mão senão por um momento. É um momento daqueles que nos parecem eternos, daqueles com que nos rimos e sorrimos muito mais tarde na vida quando nos lembramos, por acaso, deles.Momentos como uma onda mais alta que nos molhou a roupa quando só queríamos molhar os pés. Como a traquinice que a mãe nos apanhou a fazer e que nos lembramos anos mais tarde para contar aos filhos.E não faz mal, porque a vida também é feita de momentos pequeninos, de gestos efémeros, de sorrisos en passant.Tudo isso só torna ainda mais interessante o momento em que encontramos alguem que nos dá a mão. Tudo isso são tulipas que vamos ter depois para oferecer a quem nos der a mão, e talvez...se tivermos muita sorte, essa pessoa trará também as suas tulipas para partilhar connosco e misturar com as nossas as suas multitonalidades...
a Vida tem muito de partilha... até há quem diga que sozinhos não sobrevivemos!! Há sempre tulipas que nos trazem À lembrança outras tulipas: um rebentar de espuma que só que ríamos que nos molhasse os pés e chegou à roupa... Talvez a vida não seja assim tão complicada... Bem-hajas por apareceres.
Gostei desta Fusão de sentires. A vida é mesmo complicada ou somos nós mesmos que complicamos? Como Ricardo dos Reis escreveu : Flor, sê-me flor ou então como escreveu Namora : Sê como a onda que morre para outra começar. Brisas doces *
"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."
Naguib Mahfouz, romancista egípcio, na mensagem que enviou, em 1988, à Academia Real Sueca a agradecer o Prémio Nobel da Literatura, o único a ser atribuído até à data, a um escritor árabe
(cit. em "Dicionário do Islão", Margarida Lopes, ed. Notícias)
6 Comentários:
Querido quim,
Vejo, sinto, no teu poema, a vida daqueles que passam na sua pressa, distraídos de nós, distraídos das dádivas que a vida lhes oferece.
Infelizmente, muitas pessoas só levam as túlipas e nem reparam nas mãos de quem lhas ofertaram.
Beijinho amigo
H.
É bem verdade, Helena. Há uma frase feita que, por vezes, esqueço:
cada dia é uma dádiva, por isso se chama presente.
E as mãos, as tulipas são de fixar e, até, sonhar um pouco, nestes tempos em que até o sonho acordado é mal visto, porque não produtivo.
Há pessoas que nos passam pela vida a quem não é suposto darmos a mão senão por um momento. É um momento daqueles que nos parecem eternos, daqueles com que nos rimos e sorrimos muito mais tarde na vida quando nos lembramos, por acaso, deles.Momentos como uma onda mais alta que nos molhou a roupa quando só queríamos molhar os pés. Como a traquinice que a mãe nos apanhou a fazer e que nos lembramos anos mais tarde para contar aos filhos.E não faz mal, porque a vida também é feita de momentos pequeninos, de gestos efémeros, de sorrisos en passant.Tudo isso só torna ainda mais interessante o momento em que encontramos alguem que nos dá a mão. Tudo isso são tulipas que vamos ter depois para oferecer a quem nos der a mão, e talvez...se tivermos muita sorte, essa pessoa trará também as suas tulipas para partilhar connosco e misturar com as nossas as suas multitonalidades...
a Vida tem muito de partilha... até há quem diga que sozinhos não sobrevivemos!!
Há sempre tulipas que nos trazem À lembrança outras tulipas: um rebentar de espuma que só que ríamos que nos molhasse os pés e chegou à roupa...
Talvez a vida não seja assim tão complicada...
Bem-hajas por apareceres.
ADOREI OQUE VC ESCREVEU...
AMEI...
BEIJOS EM SEU CORAÇÃO!!!!
Gostei desta Fusão de sentires.
A vida é mesmo complicada ou somos nós mesmos que complicamos?
Como Ricardo dos Reis escreveu : Flor, sê-me flor
ou então como escreveu Namora :
Sê como a onda que morre para outra começar.
Brisas doces *
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial