segunda-feira, 7 de novembro de 2022

K

Capital

 


 "Empty streets. Skylines overclouded,

my footsteps orange coloured

are where somebody meets"

Divisei-te num texto, em que te pressenti por entre as copas dos sintagmas, era um texto em língua inglesa, restos de sonetos de amor, entrevi algumas páginas de "Romeo and Juliet", o amor e a paixão, levam consigo tudo o que sentires, verdadeira enxurrada que deixa para trás limpo tudo aquilo que imaginavas.

Sim, o amor e a paixão, limpam os teus sentimentos, deixam-te à mercê dos elementos que, às vezes, trazem em si apenas restos daquilo que nem conheces que, talvez, nem quisesses nunca saber, estar perto do teu pensamento ou devaneio. Isso era a tua voz, o teu intento, talvez lá longe se perfilassem restos de gelo descontinuados por acordes harmoniosos.

Acima de tudo, vivias numa capital inútil, o teu amor gatinhava em restos duma cidade talvez esquecida de si própria. Jardins cuidados, muitas esplanadas bem arborizadas, parques para crianças. No entanto, praticamente faltavam as estruturas centrais dignas duma capital. Um idoso, habitante de jardim e cartas,  comentara comigo em voz de alguma conspiração: jardins e crianças não fazem esta capital dum império. 

Capitas imperialis… onde andava o imperador? Alguém sabia o seu nome, a sua  aparência, onde se sentava no seu trono imperial? Faraó, César, Czar, Imperator, Rex, os súbditos tinham que saber da sua majestade, tinham de saber a quem cultuar. 

Temos  de saber a quem amamos, temos de saber quem nos governa; quem nos governa o coração, quem manda em nós.

No meu coração mandamos os dois.

Neste império, como uma velha, decrépita e a fluir por si abaixo, nada se mantém, e as apostas, ensurdecedoras, buscam o final de Capitas Imperialis… há tanto tempo que busco esse término e ele teima, teima muito em não vir. 

Sento-me e espero:

- por ti no meu colo

- pelo apocalipse imperial


A um deles testemunharei…


(foto do autor) 

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 November 7th, 2022   Page 1 of 1

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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