A minha memória foge:
Auschwitz, Bergen-Belsen, Dachau...
Toldam-se-me também as lembranças:
Varsóvia, Praga, Budapeste, Estalinegrado...
Um Estado-Maior de pura raça,
uns novos senhores da guerra,
mãos limpas, cristalinas,
enquanto o cano das metralhadoras
transportava o indizível.
Foram tantas,
tantas as vezes
que a lama se encharcou de sangue,
tantas as covas tapadas à pressa,
que o aroma vasto da morte
se espalhava mais livre
do que todos
os que assistiam àquela repetição
indefinida.
Sim,
haveis falhado o
o compromisso com Nuremberga.
Na pressa, haveis esquecido
o avanço pelo estupro:
os vossos homens brandiam todas as armas
Rússia fora...
Também haveis esquecido
a ocupação,
os magotes,
os berros e a pancada,
(o próprio gás).
Os meus olhos estiveram ausentes
de tudo isso,
mas sinto como minhas as dores,
como sinto os rostos obliterados,
diluídos pelas franjas da História.
Vós,
e cito alguns a eito:
Eichmann,
Bormann,
Goebbels,
Hitler,
Mengele,
Himmler,
Reinhardt...
todos haveis falhado
o compromisso com Nuremberga,
todos vos haveis esquivado
à sentença
e à corda.
E afinal,
de que serve
"a liberdade sem trabalho"?
(fonte da 1ª imagem:
https://atmagalhaes.wordpress.com/2015/11/)
(fonte da 2ª imagem:
http://viagens.efetur.com/noticia/oswiecim-a-cidade-esquecida-onde-esta-auschwitz/)
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