Já esqueci se a noite
ainda tem esquinas.
Se os meus olhos
se derramam pela calçada
rebrilhante,
é porque as travessas
ainda se
intersectam
na nudez da lua esquecida.
Há muito que os meus passos
ecoam por onde onde os meus olhos
se derramam;
há muito que sonho
com desencontros,
invulgares sorrisos
trocados entre quem
repousa,
sobressaltado
quando os
outros,
sonâmbulos,
se vestem
e rumam para o trabalho.
Nós,
nós, não nos vendemos
por dinheiro.
Esconjuramos o
tempo:
compramos mais
dias, meses, anos, para que os sonâmbulos
do dia,
tenham margem
para trocar a áspera claridade
pelo doce,
carinhoso manto
da negritude.
(fonte da
imagem:
Sintra
numa noite de Agosto,
obtidas
com telemóvel)
(poema dito na Rádio Sim, cortesia de Margarida Fonseca Santos: http://radiosim.sapo.pt/Detalhe.aspx?fid=1374&did=42396&FolderID=1271)
Caminhar pelo lado mais insensato da noite até descobrir as estrelas mais longínquas...
ResponderEliminarEste é um belíssimo poema.
Desta vez consegui deixar esta mensagem. Nem sempre me é possível(???)...
Um beijo.