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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Só, entre cortinas

Fartei-me do governo, 
dos truques e tiques,
das bazófias e bravatas,
que me pregam ao poder.

Sinto a mão pesada
de assinar pactos,
sinto a mão de Deus
pousada na nuca,
e uma inconsistência,
um quase desapego
da consciência
magoam o silêncio,
a solidão do poder.

À janela,
entre os reposteiros,
vejo
os derradeiros desfiles
da fome, 
da paz armada,
da peste.
Então, a mão de Deus
força-me a olhar para cima
(...)
nem consciência,
ética, 
ou o que seja.
Afinal,
"podes amar Mamon,
mas não podes esperar
retribuição"...

(fonte da imagem:
http://www.garoeiro.com.br/?p=5245)

("Ao poder está associada a tua solidão.
Maneja-a com mestria e o teu consulado
será breve, a tua memória estimada."
Fala de Aristóteles a Alexandre,
cognominado o Grande)

5 comentários:

  1. ,...E, todavia, há que continuar, a acreditar...

    Abraço

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  2. Olá, como está?

    Hoje venho tão simplesmente para desejar

    um Bom Ano de 2013, para si e os seus!

    Saudações poéticas!

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  3. Também estou farto deste governo.
    E deste presidente...
    Mas não estou farto da tua poesia. Gostei muito deste teu poema.

    Caro amigo, desejo que tenhas um EXCELENTE 2013.

    Abraço.

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  4. Também estou farto, estamos todos, mas a realidade é que continuamos a baixar a cabeça. Até quando? Abraço.

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  5. Olá Jaime, gostei daqui, seu blog é lindo, amo poesias!
    Obrigada por seu comentario lá no meu blogue!
    Pois é poeta, não se pode ter tudo na vida, Poder muitas vezes escraviza, muitos entram e nem sabem como fazer para sair,principalmente quando se trata de política não é mesmo?
    Grande abraço e feliz 2013!
    Ivone

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