A vida não me basta,
já não me chega,
os meus pulsos emergem da sombra,
os líquenes cobrem o meu ontem,
o hoje rasteja submisso.
Não me chega a vida:
os meus passos ressoam
na calçadas escurecidas pela luz;
há uma réstea, um quase farrapo,
de compassos marcados por dois violinos,
ripas enegrecidas num ré maior.
Não me basta a vida:
já vejo a claridade,a aurora cintilante como um véu de clara espuma em carícias dançadas, bafejando um vago Ocidente. |
(foto do autor
obtida com telemóvel:
"Ocaso em S. Martinho do Porto,
2010")
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