quinta-feira, 23 de março de 2006

K

Dia da Árvore/Dia da Poesia

21/3
As árvores dão-nos tanto, mas tanto, que deixo aqui um "TPC" para quem ler este textozinho: meditar em todas as coisas boas que as árvores nos dão.
Curiosamente (?), a Primavera é também o dia Poesia. Claro que os poemas, para serem divulgados, precisam também das árvores... (e já dos circuitos electrónicos, das memórias e toda aquela tralha apensa...).
Para que serve a poesia? Ou as outras formas de arte? Nesta época de consumismo bacoco, para nada.
Mas toda a actividade humana tem de ter um objectivo concreto? Comprar, vender, fazer pontes e estradas...?
A poesia desperta emoções e, se um poeta, conseguir despertar uma emoção estética num só leitor, já terá valido o seu esforço, a sua luta, a sua angústia. Há poemas que nos marcam, para mim o "Monstrengo" da "Mensagem" de Pessoa é um deles. E para vós, quantos outros?
Na escola onde trabalho, a bibliotecária (uma furiosa amante de livros e, ainda com o "handicap" de ter problemas relativamente graves de visão) copiou alguns poemas curtos (ou extractos) de grandes poetas, reduziu-os em pequenas folhas de papel e, com um cesto de verga, lá foi distribuindo pelos colegas. Afinal, há muitos mais amantes de poesia naquela casa do que eu suponha... Tiravam aos 2 ou 3, liam alto... foi uma diversão!
Aqui vos deixo um improviso (que como é o fim do texto, podem dar-se ao trabalho de o não ler):

Ler,
ler muito
e sentir cá no fundo,
que há músculos que tremem,
ao ler,
ao meditar.
Ler de quem nem se conhece,
ler de quem se esquece,
guardar,
num pequeno cofre precioso,
a razão das tremuras...
E quem escreve?
A procura obsessiva da palavra,
o gesto, ora vitorioso, ora angustiado;
as palavras começarem a jorrar,
a alegria, mesmo ansiosa,
de ver uma página a encher
com aquilo que é mesmo nosso,
é aquilo que queremos mesmo,
furiosamente.
O orgasmo do fim,
sem reler, sem corrigir,
o prazer não se corrige
(desfruta-se...).

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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