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sábado, 3 de fevereiro de 2024

Fim de tarde



A tristeza passeia-se

pelo fim de tarde.

Domingo, sempre

[entalado]

entre suas fráguas,

as margens do medo,

apertam

estas mãos sempre vazias,

logros duma esperança,

mártir, 

sacrificada no frágil altar 

duma certa bonomia.

O sol foi embora,

a lua tarda,

a mágoa instila-se,

paredes de mim,

sabes?

O tempo gastou-se,

rio medíocre,

banhando as mágoas do medo,

no vazio de uma semi-esfera,

desabitada de gente,

os seus moradores

sentimentos apodrecidos,

e,

enquanto a tristeza se passeia,

ladeiam-na

as distrofias,

tristes,

cíclicas,

de braço dado

com as fráguas 

que acima citei

e que amarinham

pelas paredes,

aranhas de Inverno…








[Publicado previamente na

minha página de Instagram

(www.instagram.com)]


(Fotos do A.)

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