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sábado, 2 de março de 2024

Dou voz de prisão aos três ou quatro 

sentimentos que ofegam por mim acima,

não obedecem e, na tristeza opressiva,

no cachecol vúlvico,

no insulto que paira sobre mim,

nada sobra a não ser a fuga,

o rito,

o grito,

o mito,

o fito longe

jazendo minhas órbitas,

escalpe

e unhas inúteis,

por isso mesmo trasladadas

para a euforia 

da passagem, da altercação mansa,

pelo ódio que sempre tive

por esta barca mal aparelhada,

manca, pífia, com que me sempre obrigaram

a fazer as travessias da Vida.

Nem o remo serve para a estocada final,

que me soubesse pôr a milhas da vida.

Nesta Barca de Caronte sou um condenado, 

fintando escolhos, sargaços e restos de gente…

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