Longa é a noite.
Há uma estrada
que calça os teus sapatos,
há um torpor
que leva o som dos teus sapatos
ecoando nas estevas.
Ouvem-se insectos
que frutam o espaço
onde ondula o teu tempo.
Não há escuridão,
não há medo;
apenas o ecoar dos teu sapatos
troc-catroc
catroc-troc.
Há quanto tempo caminhas?
Há quanto tempo buscas o fim,
o lar
(será?)
Tens de dar a mão
à brisa,
quem sabe ela não te toma nos braços?
Quem sabe ela não calceta
os teus sapatos com a ternura
do final dos atalhos,
da chegada
e do regresso?
Tu, caminhante suave,
devotada aos trilhos
que os teus sapatos esboçam,
troc-catroc
catroc-troc,
sê feliz e magnífica
nas pistas que traçares
nessa liberdade que te pertence!
(foto do autor obtida com telemóvel
a partir de uma gravura)
Sem comentários:
Enviar um comentário