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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

visto

Já esqueci 
onde páram os meus olhos.
Eles vêem por mim,
passeiam-se por mim,
mas não os vejo.

Pardais à solta,
caminhantes por corredores escusos,
falhos na memória,
são, no entanto,
os meus olhos
que não vejo.
Às vezes 
encontro outros olhos,
que os fixam,
olhares fugidios,
verdes ou azuis ou castanhos,
ou mais,
mas logo se desviam,
na recusa do jogo.
(..,)
Não vejo os meus olhos,
mas bem vistas as coisas,
miro,, observo, reparo,
e o mundo vê-me,
na esteira ensolarada dos dias,
no manto vazio da noite,

Afinal,
quantos eus
sou eu?

(fonte da imagem: n/a)

3 comentários:

  1. Gostei mesmo muito e a conclusão fez-me refletir. Beijinhos.

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  2. Tanto se falo do que passa pelo Médio Oriente, e só agora sei que esse homen tinha sido Nobel...
    Um abraço!

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