Hoje,
as palavras sabem a cardos,
deslizam pela garganta
(pausa poética)
e é no silêncio que se aninham;
os trovões não se imiscuem pelas árvores,
o restolho ergue-se,
e os cardos voltam a triunfar;
as palavras
(pausa poética)
são como sementes de trigo,
- pão antecipado -
e o silêncio embrutece os longos dias,
salpicados de janelas entreabertas,
de contraluz e de pó cobrindo os sentidos.
É uma santa quietude,
um elo que os cardos
unem:
sofrimento,
tristeza,
mudez.
(pausa poética)
("Evita os homens que não sabem rir,
os que querem assombrar-te
com as suas palavras cinzentas.
Há divertimento nos números, nos ângulos;
é belo o teorema que leva o meu nome..."
é belo o teorema que leva o meu nome..."
Fala de Pitágoras a Andrócles seu discípulo,
após a descoberta)
Fonte da imagem: foto do autor
obtida com telemóvel
Olá Jaime, li o teu poema (com as devidas pausas) e as palavras souberam-me a tudo o que referes, como um grito de revolta libertado da voz...
ResponderEliminarBeijo e boa Páscoa.