Busco,
tenho na madrugada
uma amiga,
nas brumas
o gesto da aliança.
Ainda busco
pela escuridão
enrolada na névoa,
água tornada gente,
quase bucólica,
quase êxtase.
Talvez já nem busque,
talvez a minha inibição
aquietasse a ânsia,
o querer para lá do crer.
Agora sento-me,
os olhos postos nos atalhos,
as mãos postas numa oração
crispada, mas sentida;
talvez já nem tenha virado
as costas,
talvez se a vida assim mesmo,
não o sei.
Sei que a parede me aguarda,
também sei que a busca findou,
dançam os meus olhos
nos pérfidos vocábulos
que se alongam
pelas páginas soltas
de um diário insensato...
("Já viste os caminhos da luz,
não te desvies deles e sonharás;
os teus sonhos serão brilho e
alegria."
Fala de Platão a Aristóteles)
(imagem do autor
obtida com telemóvel)
Isso de teres paredes a aguardar-te pode ser perigoso...
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