Ontem,
milhares de bocas
gritaram a pobreza,
gemeram a tristeza.
Ontem,
orelhas moucas
nem sei
para onde se viraram,
por onde se escaparam,
numa cegueira atroz
justificada com números,
(estatísticas, chamam-lhes)
que é aquilo que nunca fomos.
No entanto,
milhões de braços-punhos,
milhões de bocas-vozes
gritam,
gritam sempre,
num fervor quase-religioso:
"Viva Portugal!"
(fontes das imagens:
1ª http://www.diarioliberdade.org/artigos-em-destaque/404-laboraleconomia/31669-lisboa-terreiro-do-pa%C3%A7o-fica-pequeno-na-convocat%C3%B3ria-da-cgtp,-com-greve-geral-%C3%A0-vista.html
2ª http://www.papeldeparedemais.com/papeldeparede/bandeira-de-portugal-293.html)
O país é cada vez mais composto de números. Cada vez piores...
ResponderEliminarMagnífico poema.
Abraço.