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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

jardim






É ao entardecer:
quando as cidades
decrescem 
num movimento inverso,
quando os cheiros queimados 
parecem querer apossar-se 
do anoitecer,
é nesse tempo indefinido,
nessa pressa sem o ser,
nesses ponteiros imóveis,
que reentro,
tímido,
no meu jardim secreto,
na quietude do meu silêncio,
daquilo a que chamo "meu",
sem invasão possível.
Neste jardim
não há outrem,
nem ninguém.
No meu jardim
tenho todas as plantas,
todos os sentimentos
todas as fantasias,
todos os voos rasantes
na memória,
e nem há parede
que me possa empurrar.
O meu jardim tem as cores,
as formas,
os sons,
as fantasias,
a Verdade,
o Conhecimento e a Razão,
a Filosofia,
e tem o meu Deus,
graças Lhe sejam dadas.

O meu Jardim,
afinal,
quem será?...

(fonte da imagem:
blogue dias que voam)

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