Dizer um poema é orar; todos os poetas são abençoados por Deus. (adapt. de Rosa Lobato de Faria) Que é um poema, a não ser um ajuntamento de palavras a eito, sem o policiamento cerebral anti-motim?
Páginas
▼
terça-feira, 18 de maio de 2010
madrugada
Então, minhas mãos desertas
despojarão as madrugadas,
os restos solteiros,
as sobras límpidas.
(...)
Pelas janelas frias,
já se terá posto a Lua,
e as nuvens macularão
os vastos,
rotundos pátios,
em que esmorece a esperança,
e também a glória do não-ter-feito.
(...)
À mercê dos ventos,
as minhas mãos,
ainda áridas,
repousarão
nas ombreiras de ontem,
diluídas na suposta
frincha dos meus dedos
obscurecidos.
(imagem fonte: abcgallery.com,
Chagall: "Relógio com asa azul")

Um prazer, esta leitura, tanto mais que é madrugada, janela aberta à lua, vento, mãos...
ResponderEliminarNem as sombras poderão tornar-me este poema sombrio.
Obrigada!
Olá, amigo!
ResponderEliminarPara lhe dizer que gostei do seu poema.
E que o seu amável comentário no meu blog "não entrou".
Por isso não consegui publicá-lo.
Um abraço.
Até amarmos de novo a madrugada...
ResponderEliminarUm belo poema, amigo Jaime.
Olhe, amigo!
ResponderEliminarDeste vez o seu comentário "entrou"!
Um abraço
semeemos nas mãos
ResponderEliminargrãos que incharão de vida
deixemo-las florir no intervalo dos dedos
soprará um vento esverdeado de esperança
e as flores farão uma vénia à existência
gosto muito do que escreveste.
a tela de chagall é interessantíssima.
um abraço
luísa
qual será o destino das minhas mãos tocadas de melancolia?
ResponderEliminarcomvém ouvir o coração da noite
e o silêncio entrecortado que a minha voz sagrou
qual ária triste onde me esqueço.
______
a minha ternura marítima num abraço Jaime
Tenho andado a perder-te...
ResponderEliminarUm grande abraço
Tenho andado a perder-te...
ResponderEliminarUM grande abraço