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terça-feira, 18 de maio de 2010

madrugada

















Então, minhas mãos desertas
despojarão as madrugadas,
os restos solteiros,
as sobras límpidas.
(...)
Pelas janelas frias,
já se terá posto a Lua,
e as nuvens macularão
os vastos,
rotundos pátios,
em que esmorece a esperança,
e também a glória do não-ter-feito.
(...)
À mercê dos ventos,
as minhas mãos,
ainda áridas,
repousarão
nas ombreiras de ontem,
diluídas na suposta
frincha dos meus dedos
obscurecidos.

(imagem fonte: abcgallery.com,
Chagall: "Relógio com asa azul")

8 comentários:

  1. Um prazer, esta leitura, tanto mais que é madrugada, janela aberta à lua, vento, mãos...
    Nem as sombras poderão tornar-me este poema sombrio.

    Obrigada!

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  2. Olá, amigo!

    Para lhe dizer que gostei do seu poema.

    E que o seu amável comentário no meu blog "não entrou".

    Por isso não consegui publicá-lo.

    Um abraço.

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  3. Até amarmos de novo a madrugada...
    Um belo poema, amigo Jaime.

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  4. Olhe, amigo!

    Deste vez o seu comentário "entrou"!

    Um abraço

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  5. semeemos nas mãos
    grãos que incharão de vida
    deixemo-las florir no intervalo dos dedos
    soprará um vento esverdeado de esperança
    e as flores farão uma vénia à existência

    gosto muito do que escreveste.
    a tela de chagall é interessantíssima.

    um abraço
    luísa

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  6. qual será o destino das minhas mãos tocadas de melancolia?
    comvém ouvir o coração da noite
    e o silêncio entrecortado que a minha voz sagrou
    qual ária triste onde me esqueço.


    ______

    a minha ternura marítima num abraço Jaime

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  7. Tenho andado a perder-te...

    Um grande abraço

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  8. Tenho andado a perder-te...

    UM grande abraço

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