Sobre a urze silvestre, ao subir da montanha,
Uma gota de orvalho, em manhã de esplendores,
Lucitremia ao Sol numa teia de aranha,
como um prisma em que a Luz se decompunha
[em cores.
(Gota de água, António Feijó, in Sol de Inverno)
Beijei tuas folhas trémulas,
naquela manhã
de Sol caótico,
madrugador,
em que se tremia,
em veredas invisíveis,
em que a montanha estava para lá
do dizível.
Mirei um reflexo teu,
urze silvestre,
o orvalho baço escalava-te,
abraçando a aranha,
em trémulos beijos,
quase virginais.
Invejei-te,
pelo Sol,
[que]
me mirava desdenhoso,
pelo teu orvalho mudo,
pelas aranhas
tuas companheiras de vida em luzes cálidas e díspares.
(imagem retirada da internet)
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