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quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Entre rochas


Há pedras

que caminham nas minhas costas

há tanto tempo

que me estão incrustadas.

Longas as esperas,

longo o tempo,

em que me vejo,

só,

só as pedras

sempre comigo.

Caminho direito,

no meio de sonhos,

entrecruzados de mentiras...

solto-me,

as pedras vêm,

e o caminho igual,

quase ressentido

desta constância,

constante da rocha

que me faz igual a mim mesmo,

enquanto vou,

quase vacilante,

por veredas

(caminhos esquecidos)

para que as minhas pedras

não sejam tropeço

para mais ninguém.

7 comentários:

  1. Todos as temos, felizes os que têm com quem dividir o peso dessas pedras...

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  2. É verdade, blindness.
    No entanto, tenho por vezes a tentação de virar as costas, carregar a minha cruz e seguir adiante...

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  3. É verdade, blindness.
    No entanto, tenho por vezes a tentação de virar as costas, carregar a minha cruz e seguir adiante...

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  4. Quantas vezes as pedras fazem tanto parte de nós que se confunbem connosco, ou nós com elas.
    Mas há o sentir
    Há a sobrevivência
    Há os amigos que nos ajudam a carregá-las.
    Um beijinho

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  5. Sim, Helena, se não fossem os amigos o peso das pedras era insuportável. Penso que o agradecimento é pouco, sempre.
    Beijos

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  6. gosto de pedras, as dos monumentos, das calçadas, as que o mar nos oferece. gosto de apanhá-las e guardá-las em frascos transparentes.

    (todos nós arrastamos connosco, sedimentos...)
    *

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  7. Sim musalia, concordo contigo; e feliz é aquele que consegue ver a arte, emocionar-se com as pedras do caminho. Carrega umas, as outras mira-as e segue com um fito no horizonte.
    Aparece sempre! És muito bem-vinda :)

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