terça-feira, 7 de maio de 2024

K

Urdir

sábado, 13 de agosto de 2022

K

Mhi'alma








Sei que o tempo
É outro.
Que já não anoitece
Por detrás da tua colina,
Tens uma fraga, agora,
Contaram-me,
E também não queres
Fenómenos por lá.
Assim, muda o tempo,
O teu Sorriso
Os teus Olhos Bonitos,
Continuam iguais,

Iguais a tudo o que fora
E nunca deixara de ser,
Para reconforto
Da tua alma nívea,
Pura,
Despojo de dias felizes. 


(Foto do autor 
obtida com telemóvel:
Palacete em Lisboa,
Outono/19)

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terça-feira, 18 de junho de 2019

K

a Lampedusa, homenagem de um plátano


A árvore,
verde alpinista
ensarilhou-se,
intrometeu-se,
enlaçou os arbustos,
na fuga canhestra
de ser madeira
de batel, falua,
caixão-caixote mediterrânico (…)

Tantas vezes em que Lampedusa
nem sequer se aproximou,
tantas vezes em que o sorriso do acolhimento
só trouxe campos
em que refugiar era de madeira,
até de árvore
ensarilhada,
intrometida (…)

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segunda-feira, 20 de maio de 2019

K

queda XXV

As ruínas limitavam
o tempo,
era um sol escuro
que pendia, cambaleava,
que fingia um 
  acto quente,
luminoso,
cínico numa campanha
pueril, vasta.
Todo o chão 
sentava os passos
que, jocosos,
ensaiavam a travessia.
Reflectiam as colunas 
a baixeza, 
rumando 
para o lado em que
aquele sol,
sempre escuro,
amotinava as 
pedras-rochas,
na certeza 
de que o luar
seria cavalgado
entre mágoas nas
fissuras instáveis 
do Tempo...

(Fonte da imagem:
n/a)

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domingo, 5 de maio de 2019

K

olhar

Passeaste os olhos
pelo corredor, 
pelo chão, 
encontraste os meus
e sorriram-se. 
Aproximei-me
do teu precipício, 
espreitei, 
e a vertigem puxou-me:
"Onde estaria o teu olhar?" 
Senti que, contigo, 
sobrevoaria até o mar, 
raso de lágrimas. 
Tentaria, pois, 
o salto. 
Teus olhos riram, 
abraçaram os meus 
e demos as mãos, 
o Tejo indicando o caminho, 
o amanhecer o nosso limite. 


(foto do autor 
obtida com telemóvel:
Lisboa vista duma das 
suas colinas) 

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sexta-feira, 5 de abril de 2019

K

Para Pessoa “O cais era uma saudade de pedra”

No Mar Atlântico não cabe toda a Saudade dos portugueses, por isso Fernão de Magalhães criou o Oceano Pacífico para que nele se continuassem a escoar as saudades que ficaram por ressarcir: o Sal das Lágrimas dos Açores.

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sábado, 2 de março de 2019

K

Campanário

Era sob aquela massa,
pedra,
ferrolho e postigo,
ar macilento,
escuro táctil,
paredes e ameias,
calçadas as pedras
que escorregava
um riacho,
outrora líquido,
pedras enceradas,
o sol ecoando-se.
Nos ares, 
pássaros
e morcegos
esquecidos
esquiva, louca. 
O vento, 
em arco pétreo
esquece as searas 
outrora fustigadas. 
Erecta, 
distante, 
a torre some-se, 
cavalo balofo, 
tentando alado, 
o escape. 
Aquela gorda flecha
de pedra:
surdez 
de um deus 
humilde, 
busca 
vã 
duma eternidade. 


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domingo, 11 de novembro de 2018

K

terminus












Aqui tudo termina.
Um Apocalipse revelado,
por entre as nuvens
flutua a espada
e também o cinzel,
o burel.
Numa semi-tranquilidade
louca,
paira o silêncio
dos mísseis de
cruzeiro,
cruzeiros sem volta;
nos giros almofadados
há vidas que fixam
em espanto e
calado horror
as nuvens:
prenúncio altaneiro e
mudo de novos,
rasos, loucos,
fins.
The end
 (📸 : anoitecer em Marvila,
vista para o bairro de Alvalade)
#revelação #revelation #whatiscoming #futuro

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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

K

o passeio


O passeio era contínuo.
Já nem tinha a mesma vida,
o céu nem lhe parecia azul,
ou as flores pintalgadas 
os guaches que lhe haviam dado
havia tanto tempo.

Era um passeio contínuo,
já nem descalça podia andar,
eram as botas que lhe haviam calçado
a sua obrigação.
Uma quase tropa 
naquela que fora a sua casa.

Tanto tempo perdido,
tantas palavras por dizer.
E uma marcha contínua,
sempre...
mais do que um passeio veloz,
uma fuga!


(Em 77 palavras,
Desafio 147, o passeio).

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quarta-feira, 12 de setembro de 2018

K

memória finalizante


.
É na memória 
que relembro o perdão,
o difícil de dizer:
“Eu perdoo-te”
e empurrar esse pacote,
bem embrulhado,
de laçarote,
para o fundo 
do esquecimento.
De lá brota,
 às vezes,
e é nessa acidez-relâmpago 
que relembro que o meu 
limite
se aproxima,
afasta
de um Perdão Infinito
gotejando 
a Sua essência,
na lentidão
do escorrer dos dias.

(foto do autor
obtida com telemóvel:
jardim nocturno em Marvila)



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quarta-feira, 27 de junho de 2018

K

augúrio

À noite,
até a luz se espraia 
em gestos vítreos,
em gestos de oiro,
pelas plantas
incertas do seu verde,
duvidosas da flor
ostentada em riste
de humilde presságio.
 
(foto autor obtida com telemóvel)

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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

K

Palíndromo

Rir, o breve verbo rir,
em tão pouco se apaga,
na versão diurna,
longe do sonho.
É nesse verbo,
na sua carne,
que desliza a voz,
em jeito trémulo,
fugaz.
Rir, o breve verbo rir,
aponta na justa medida,
no "stritu senso"
de uma alegria
que se quer.
Perdem-se no tempo
todas os jogos de guerra
que bordejam as almas.
Rir, o breve verbo rir,
ainda alenta
o marulhar da ternura,
o resto de paz
que se quer diário.

Rir, o breve verbo rir...

("Sempre que sorrires,
Deus dá-te a iluminação que precisares.
Nunca percas o verbo rir:
será teu companheiro 
nos caminhos que escolheres."
Fala de Agostinho de Hipona

a seu amigo Lucius)

(Fonte da imagem:
Vista do 
Panteão Nacional,
foto do autor
obtida com telemóvel)

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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

K

[...]

Ainda não me findou o pulsar;
já vou longe,
fuga pra cá
com olhos de lá.
Por mim,
entre murmúrios
de criadas d'outrora,
levaria meus olhos ao Céu.
Aqui, tão só o que restasse.

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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