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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

David e Urias



Subindo pelos prados,
arrastavas os ramos,
rastejavas pelas raízes, 
bebias um súbito orvalho
que a terra dispensava.
Eram os tempos do solstício,
das noites magníficas,
obscuras como as palavras
que nem soletravas,
monólogos transgéneros
que mantinhas com a Lua Nova.

Não esperes pelas horas da manhã

ou pelo sorriso presunçoso dos pássaros.
Agarra os instantes 
como se fossem os frutos 
da Árvore da Ciência 
do Bem e do Mal;
e, então, 
a terra generosa 
como David
para com Urias, 
te trará fogo, 
e traição,
e morte 
e tu finalmente repousarás
a cabeça  
naquele orvalho
que bebias
 no inicio deste poema... 

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