Páginas

domingo, 22 de julho de 2018

justeza


Um dia, 
a noite irá despojar-se,
lenta,
em luxúria plena,
em vasos comunicantes
de coisa alguma.

Um dia,
haverá tempo
para que a Lua
aqueça a noite,
a vigia será curta
e o anoitecer abençoará
os desfalcados da vida.

Uma noite,
o troar das luzes
trará os relâmpagos
que amanhecem o vento
que a tua aurora gera,
em giros de sol
e pós de estrelas.

("Acautela os teus caminhos, 
até os teus trilhos, mas não deixes
de olhar para os céus: as estrelas 
ainda irão suspirar pela tua alma."
Fala de Alfeu para o seu mestre)

(imagem: foto do autor,
obtida com telemóvel-Marvila
num fim de ano)

1 comentário:

  1. Um poema com um tom profético, meu caro Amigo. Um dia, uma noite sentiremos a solidão do futuro ou a morte prematura das paixões?
    Gostei imenso do poema e da excelente fotografia.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

    ResponderEliminar