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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

biblos




Quando for grande

quero ser repositor 

numa biblioteca infinita,

assim privado dos outros,

a espiar e a ler,


entre o ranger do soalhos,


no longínquo espaço 


que nunca verei;


estarei pois afastado,


arrumarei livros lidos 


há séculos,


esquecidos 
por quem já foi esquecido


e o meu alimento serão 


as palavras mais nutritivas


de Eça ou Garrett ou Namora,


Hemingway, Saramago ou Sophia,


Borges e todo o caos (...)


palavras alimentícias, decerto.


Estarei pois sentado no chão de páginas


as pernas cruzadas 


e a curiosidade infinita,


como infinita é a biblioteca,


em que, lembrem-se,


sou o repositor,


esquecido pelo bibliotecário.

(fonte da imagem: n/a)

1 comentário:

  1. Não sei porque apeteceu-me dizer qualquer coisa.
    Bom ano! - serve!

    (até sei... estava rever velhos post)

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