Quando for grande
quero ser repositor
numa biblioteca infinita,
assim privado dos outros,
a espiar e a ler,
a espiar e a ler,
entre o ranger do soalhos,
no longínquo espaço
que nunca verei;
estarei pois afastado,
arrumarei livros lidos
há séculos,
esquecidos
por quem já foi esquecido
e o meu alimento serão
as palavras mais nutritivas
de Eça ou Garrett ou Namora,
Hemingway, Saramago ou Sophia,
Borges e todo o caos (...)
palavras alimentícias, decerto.
Estarei pois sentado no chão de páginas
as pernas cruzadas
e a curiosidade infinita,
como infinita é a biblioteca,
em que, lembrem-se,
sou o repositor,
esquecido pelo bibliotecário.
(fonte da imagem: n/a)
Não sei porque apeteceu-me dizer qualquer coisa.
ResponderEliminarBom ano! - serve!
(até sei... estava rever velhos post)