Foi-se aproximando o
tempo das letras.
Letras,
mirando atalhos,
fixando-se num poente
em que a dor já nem
se escreve.
As letras, serpenteando,
indagam o traço de
união,
o hífen que as torne
palavras,
[onomatopeias servem].
Letras,
que as marcas renovam,
travestindo-as
num ritmo cigano,
entre palmas,
sapateado:
grave, agudo ou
circunflexo,
cedilha,
“nada se perde…
tudo se varre
pelo tempo fora”.
Sim,
foi chegando a era
das letras,
que se engolem,
se ignoram,
em sms efémeras.
("Rega a tua vida de saber, também.
Olha mais para o belo, sabe escassamente
o que os outros dizem. Deixa que a arte
te afunde e te abençoe."
Fala de Demóstenes a Péricles,
ainda na Democracia)
(imagem de Francisca Torres,
blogue 77 palavras de
Margarida Fonseca Santos)
As letras, meu Amigo Jaime, são tão caprichosas e cada vez mais efémeras, esquecendo cada vez mais o fogo onde ardem os nossos sonhos...
ResponderEliminarUm beijo.
A magia das palavras escritas (bem escritas) é única. O encontro que permitem, connosco próprios e com outros. As viagens que proporcionam. Os mundos que desvendam.
ResponderEliminarAs palavras abreviadas, são instrumentos. Servem um fim concreto e imediato. Não estamos a falar da mesma coisa!