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terça-feira, 17 de março de 2015

Às minhas mãos

Às minhas mãos
vieram as tuas
num sorriso mais certeiro

do que o bico do mocho.

Acariciei,


melhor, meus olhos afagaram

a tua nuca,

também fonte de saber.

Os meus atalhos

seguem os teus caminhos,
meus passos já buscam os teus;
trago no bolso,
perdidas entre rotas,
as tuas coordenadas.

Os meus olhos são incessantes
sorvedouros do real
que me envolve,
nada lhes escapa,
apenas tu.
O pó da estrada
embala-me o sorriso 

numa vacatura delirante.

(foto do autor

obtida com telemóvel:

um dia de Verão em Benfica, Lisboa)

(também publicado no blogue 77 palavras

Margarida Fonseca Santos)

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