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sábado, 21 de fevereiro de 2015

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A máquina (facebook) pede-me que escreva alguma coisa, mas o orvalho, a geada, tolhem-me as mãos. As ervas estão brancas, lembrando a noite. Aquela colcha parece afagar o que está rente ao chão seria bela se não matasse.
Gosto do frio que rodeia as matas. Lembra-me a Escandinávia que não conheço, mas que fantasio. Lembra-me também que somos donos de muito pouco, que tomamos emprestado o que nos rodeia. Um dia, a nossa partida ou um fenómeno natural tudo arrasará não deixando sequer memória da natureza ou das nossas construções.
Quem sabe os nomes dos seus trisavós? Não estiveram por cá há muito tempo, ninguém sabe já quem foram. Como será com cada um de nós?
Para mim, é um exercício de humildade contemplar o que me rodeia, um exercício de relatividade em relação ao meu tempo, que nem sequer é meu: é um bem arrendado, tal como o meu corpo.
Tem algo a dizer, a replicar? Esteja à vontade.


NB 
Uma mulher sábia (não são apenas os homens que são sábios) confidenciou-me: 
"Se as formigas se extinguissem hoje, daqui a 50 anos a Vida na Terra teria desaparecido;
se a Humanidade se extinguisse hoje, daqui a 50 anos a Vida na Terra teria reverdecido."

(texto previamente publicado no facebook)
(fonte da imagem: n/a)

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