Afasto-me,
os meus braços
nem procuram os teus.
Não é zanga,
qualquer reacção,
não é sequer dor,
aquela dor que dói
nas lembranças emergentes.
É uma parede,
uma armaria
cheia de pistolas
nunca usadas,
brilhantes
no seu desalento,
é a vida,
e tantas essas coisas
que nos vão desapegando.
Parede: construção a dois,
Armaria: acasalada a dois,
Vida: extinta a dois.
É no colo do adeus
que mais te encontro,
é no teu sorriso brando
que me descaem as memórias:
um poema meu
(escrito e esquecido),
que me leste risonha,
gritos ao vento invernoso
que nos abraçava o abraço,
o caminho que insistíamos ser nosso,
palmilhado pelos banhistas a toda a hora...
Agora somos sorrisos desmaiados,
incolores.
Alforriado,
abraço o vazio,
os meus ombros,
a volta do silêncio,
o prazer,
o conforto da mudez.
E é nos passos surdos,
na semi-obscuridade
que reabro um título:
"Os belos e os malditos".
(Foto do autor
obtida com telemóvel:
Castelo de Torres Novas)
os meus braços
nem procuram os teus.
Não é zanga,
qualquer reacção,
não é sequer dor,
aquela dor que dói
nas lembranças emergentes.
É uma parede,
uma armaria
cheia de pistolas
nunca usadas,
brilhantes
no seu desalento,
é a vida,
e tantas essas coisas
que nos vão desapegando.
Parede: construção a dois,
Armaria: acasalada a dois,
Vida: extinta a dois.
É no colo do adeus
que mais te encontro,
é no teu sorriso brando
que me descaem as memórias:
um poema meu
(escrito e esquecido),
que me leste risonha,
gritos ao vento invernoso
que nos abraçava o abraço,
o caminho que insistíamos ser nosso,
palmilhado pelos banhistas a toda a hora...
Agora somos sorrisos desmaiados,
incolores.
Alforriado,
abraço o vazio,
os meus ombros,
a volta do silêncio,
o prazer,
o conforto da mudez.
E é nos passos surdos,
na semi-obscuridade
que reabro um título:
"Os belos e os malditos".
(Foto do autor
obtida com telemóvel:
Castelo de Torres Novas)
por vezes liberdade também magoa...
ResponderEliminar:)
A antítese de "há luz ao fundo do túnel"... ;)
ResponderEliminarA dois, fazem-se muitas coisas boas e menos boas.
ResponderEliminarÉ a vida.
Magnífico poema, gostei.
Um abraço, caro amigo Jaime.
Uma noite que é noite, que é escura, outorgando, porém, um estranho amanhecer confortável no vazio...
ResponderEliminarGostei do ritmo e do que lhe subjaz...