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quarta-feira, 8 de maio de 2013

serpes

Escorro-me,
fluido,
serpenteando
pelas vizinhanças
que, esguias
e sinuosas
te entretêm 
nas cálidas manhãs.
Ao meio-dia,
entre montículos,
salinas petrificantes
de memórias
cristalizadas,
esgueiraste 
os teus olhos
que rolaram,
rolaram
até mim.
Na epifania
do teu sorriso,
plantei orquídeas,
que reguei
com a minha pele.
Entre sorrisos inócuos,
percorro os teu braços,
canoas de mim.
Agora,
nos meandros
suaves,
do teu colo,
fluindo 
pelos teus lábios,
entrevejo
a busca já saciada,
o recheio consumido,
num ápice
de estertores pagãos...
Treasure Lake, credit- alexey trofimoy
(fonte da imagem:
artisticglobe.com)

2 comentários:

  1. Há momentos que importa reter como:

    "Na epifania
    do teu sorriso,
    plantei orquídeas,
    que reguei
    com minha pele."

    ou simplesmente o dizer que brota das imagens que não vemos... mas sabemos serem...

    Abraço

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  2. Um poema cheio de sensualidades bem desenhadas.
    Um magnífico poema, gostei.
    Um abraço.

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