Terminou
a batalha. Abatido, o general ordenou a retirada.
Os
soltados foram carregando os camaradas, foram carregando o que podiam.
O
céu fechava-se num negrume mais escuro do que as almas escuras daqueles
soldados.
A
retirada era lenta, pastosa até. Por penhascos pretos, atrás e defronte
despontavam arbustos com arestas vivas como baionetas.
O
velho general, perdida a altivez, procurava manter a postura à frente dos seus
homens que se arrastavam em silêncio. Lá mais para trás, alguns oficiais
tentavam fechar um cortejo fúnebre, funesto.
Jean-Loup,
um dos soldados mais jovens, lembrou-se de algumas palavras que ouvira há
muitos anos atrás numa taberna à beira da estrada: “por ínvios caminhos,
caminhais sozinhos, apenas com uma direcção, com um só sentido…”. E chorou,
chorou por todos aqueles anos que Napoleão lhe roubara ao forçá-lo a pegar em
armas, contra si próprio, contra a sua amada França!
(fonte da imagem:
http://muitasflores.blogs.sapo.pt/2009/02/?page=2)
(publicado em primeiro lugar em
"Momentos de escrita criativa")
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"Momentos de escrita criativa")
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