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terça-feira, 7 de junho de 2011

de par em par

A contradição atrai-me,
em trejeitos de loucura e verve,
e em semi-sorriso admiro:
- o vento,
 - o torpor doce, melancólico,
o vago prazer da dor escorrendo
 - o espreguiçar-me pelas encostas 
já ceifadas em canas quase fulvas,
- as janelas semi-abertas ao dourado,
à despedida do calor que as usurpava,
- as folhas que embalam baloiçando
 no esquecimento da areia que zurzia e esfolava.

Amo o suave oscilar do Verão,
que entre a vigília e o claro sono,
     numa vil, pastosa estagnação
gera um suave, tranquilo Outono.


"As Palavras não são tuas;
no entanto, na tua usurpação,
fazes delas Céu e Inferno;
usa-as, pois, com parcimónia,
para que os outros vislumbrem 
apenas um pedaço de Paraíso,
ou um fugidio relance dos Abismos."
(Fala de Dioniso a Homero)

(fonte da imagem:
http://www.plantasonya.com.br/)


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