Anoitece.
Ouvem-se, longínquos,
os restos
os restos
que as gentes deixam para trás.
A cidade estende-se
para lá de si própria,
caminhando, lenta,
em procissão de fogachos.
Depois da refrega do dia,
há um torpor quase religioso,
uma batida em surdina,
que leva a cidade embora.
Embrulham-se nas sobras da luz
os que habitam nas volutas,
ziguezagueando firmes na certeza.
Há uma luz baça, avermelhada,
omnipresente,
refulgindo hirta,
por sobre o frugal saque do dia.
(fonte da imagem:
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/)
O anoitecer. O fim de um dia de esperanças e coragens. A noite: o lugar dos desejos e dos sonhos.
ResponderEliminarGostei muito do poema.
Um beijo, amigo.